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A menina que calou o mundo em cinco minutos

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Em nossas ultimas aulas, dias 12 e 14 de maio de 2010, assistimos a este vídeo e fizemos uma reflexão sobre nossas atitudes.

O vídeo não é de ótima qualidade, e as legendas são rápidas, então vou postar por escrito para que vocês possam entender com mais clareza o que foi dito pela garotinha de 13 anos nesta conferência.
“Olá, sou Severn Suzuki, represento a ECO, a organização das crianças em defesa ao meio ambiente. Somos um grupo de crianças canadenses de 12 e 13 anos tentando fazer a nossa parte, contribuir.
Vanessa Suthe, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu.
Todo o dinheiro que precisávamos pra vir de tão longe, conseguimos por nós mesmas, pra dizer que vocês, adultos, têm que mudar seu modo de agir. Ao vir aqui hoje, não preciso disfarçar o meu objetivo. Estou lutando pelo meu futuro. Não ter garantia quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores.
Estou aqui pra falar em nome de todas as gerações que estão por vir, estou aqui para defender as crianças com fome cujos apelos não são ouvidos.
Estou aqui para falar em nome dos incontáveis animais morrendo em todo o planeta porque já não têm mais pra onde ir. Não podemos continuar sendo ignoradas.
Hoje tenho medo de tomar sol por causa dos buracos na camada de ozônio, tenho medo de respirar esse ar porque não sei que substâncias químicas o estão contaminando.
Eu costumava pescar em Vancouver com meu pai, até o dia em que pescamos um peixe com câncer.
Temos conhecimento de que animais e plantas estão sendo destruídos a cada dia e, em vias de extinção.
Durante toda a minha vida eu sonhei em ver grandes manadas de animais selvagens, selvas e florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas, mas, agora eu me pergunto se meus filhos vão poder ver isso.
Vocês se preocupavam com essas coisas quando tinham a minha idade?
Todas essas coisas acontecem bem diante de nosso olhos e, mesmo assim, continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.

Sou apenas uma criança e não tenho as soluções, mas quero que saibam que vocês também não têm.
Vocês não sabem como reparar os buracos da camada de ozônio.
Vocês não sabem como salvar os salmões das águas poluídas.
Vocês não podem ressuscitar os animais extintos.
Vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje é deserto.
Se vocês não podem recuperar nada disso, então, por favor, parem de destruir!
Aqui, vocês são os representantes de seus governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos, mas, na verdade, são mães e pais, irmãos e irmãs, tios e tias; E todos vocês também são crianças.
Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 bilhões de pessoas e ao todo, somos 30 milhões de espécies compartilhado o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo. Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar essa realidade.

Sou apenas uma criança, mas sei que esse problema atinge a todos nós e deveríamos agir como se fossemos um único mundo rumo a um único objetivo.
Apesar da minha raiva, não estou cega…
Apesar do meu medo, não sinto medo de dizer ao mundo como me sinto.
No meu país, geramos tanto desperdício…
Compramos e jogamos fora, compramos e jogamos fora, compramos e jogamos fora;
E os países do Norte não compartilham com aqueles que precisam, mesmo quando temos mais do que o suficiente. Temos medo de perdemos nossas riquezas, medo de compartilhá-las.
No Canadá temos uma vida privilegiada com fartura de alimentos, água e moradia. Temos relógios, bicicletas, computadores e aparelhos de TV. Há dois dias aqui, no Brasil, ficamos chocados quando estivemos com crianças que moram nas ruas. Escutem o que uma delas nos contou: “Eu gostaria de ser rico, e se fosse daria a todas as crianças de rua roupas, alimentos, remédios, moradia, amor e carinho.”
Se uma criança de rua que não tem nada ainda deseja compartilhar, porque nós que temos tudo somos ainda tão mesquinhos? Não posso deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e o lugar onde nascemos faz uma grande diferença.
Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio.
Eu poderia ser uma criança faminta na Somália.
Uma vítima da guerra do Oriente Médio.
Ou uma mendiga na Índia.

Sou apenas uma criança, mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto com guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais que lugar maravilhoso a Terra seria!

Na escola, desde o Jardim de Infância, vocês nos ensinam a sermos bem comportados. Vocês nos ensinaram a não brigar com os outros, resolver as coisas numa boa, respeitar os outros, arrumar nossas bagunças, não maltratar outras criaturas, dividir e não ser mesquinho. Então, porque vocês fazem justamente o que nos ensinaram a não fazer?

Não esqueçam do motivo de estarem assistindo às conferências e para quem vocês estão fazendo isso. Vejam-nos como seus próprios filhos. Vocês estão decidindo em que tipo de mundo nós iremos crescer. Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos dizendo-lhes: “Tudo vai ficar bem”. Estamos fazendo o melhor que podemos.”. Mas não acho que possam dizer isso para nós. Estamos sequer na sua lista de prioridades?

Meu pai sempre diz: “Você é aquilo que faz não o que você diz.”.

Bem, o que vocês fazem é nos fazer chorar a noite. Vocês adultos dizem que nos amam, mas eu desafio vocês. Por favor, façam suas ações refletirem as suas palavras. Obrigada.”